Os principais erros ao buscar inovação e como evitá-los

Os principais erros ao buscar inovação e como evitá-los

Em essência, os erros ao inovar decorrem de aspectos culturais enraizados no meio empresarial. Em seu filme “Tempos Modernos”, Charles Chaplin faz uma crítica aos métodos de produção da Revolução Industrial. Basicamente, ele demonstra características de um modelo robotizado de produzir. 

Por mais que merecesse crítica, essa forma de trabalho permitiu aumentar o volume de produção e trouxe benefícios para a economia e a sociedade. Contudo, em um momento no qual estamos, literalmente, passando a usar robôs, o desafio está em humanizá-los.

Mas as empresas estão realmente conseguindo cumprir com esse objetivo? Algumas fazem isso muito bem e, mesmo elas ainda vão se aprimorar consideravelmente. Mas a maioria comete alguns dos erros que listamos abaixo e precisam se livrar deles com urgência – se desejarem se destacar no mercado:

01. Esperar que a Transformação Digital ocorra antes que a empresa mude

Para que “a empresa mude” entenda: que as pessoas mudem, pois, em sua essência, empresas são pessoas. Especialmente as lideranças precisam de comportamentos e competências novas. A maioria das organizações inicia sua jornada de incorporação da Transformação Digital sem, de fato, se preparar para ela.

É preciso desenvolver as capacidades necessárias para gerir a inovação. Isso implica em criar um ambiente e cultura certos. Além disso, a organização deve:

  • agregar métodos para criar novas maneiras de operar;
  • saber selecionar as que têm mais chance de funcionar e estão alinhadas com o negócio e com o mercado;
  • testar a solução
  • aprimorá-la
  • escalá-la

Antes de desenvolver essas capacidades, as tentativas de caminhar em direção a um futuro diferente e promissor são como surfar com uma boia. Pode até ser divertido e surpreender as pessoas, mas não da forma e pelos motivos certos.

02. Acreditar que está em um campeonato tecnológico

Isso significa que não se trata de comprar a tecnologia mais recente e acreditar que seja suficiente. Até porque a velocidade da mudança é enorme, e talvez no dia seguinte já existia algo mais novo e, em pouco tempo, “o recente” se torna obsoleto.

No entanto, muitas empresas parecem estar em um campeonato disputado para identificar quem tem a tecnologia mais inovadora. O problema é que tecnologias não são isso, ou seja, elas não promovem a inovação – ao menos sozinhas. Ou elas são uma ferramenta de inovação – como um serrote é uma de cortar – ou são o produto da inovação – uma invenção bem-sucedida no mercado.

Uma empresa pode usar a inteligência artificial, plataformas de integração, soluções de internet das coisas e a mais recente versão de realidade virtual e, ainda assim, não ser inovadora. Para isso, basta que ela use esses recursos para fazer a mesma coisa de um modo diferente.

03. Não desenvolver a inteligência de marketing

Você pode e deve basear sua estratégia de inovação nas tendências e megatendências, mas não existe garantia de que elas ocorram exatamente da forma como foram concebidas. Algum grau de incerteza é próprio do processo de inovação, mesmo quando usamos critérios de previsão científicos e precisos.

Se não usamos, a proporção da incerteza aumenta consideravelmente. Os dados estão aí! Eles transbordam em volume e variedade. Não há motivo para se basear na intuição. Mesmo assim, muitas empresas usam os dados de forma errada ou sem aproveitar todo o seu potencial de contribuir para a definição estratégica do negócio.

04. Isolar o processo

Criar uma equipe de inovação é uma ótima medida, adotada por várias empresas. Mas, se ela trabalha isolada, encontra barreiras contra a inovação o tempo todo. As pessoas precisam ser envolvidas, engajadas e incorporadas ao processo de gestão da inovação.

O consumidor está disponível em vários e diversos canais, e a mudança se dá de forma holística. Por isso, a integração entre departamentos, parceiros, fornecedores e clientes depende de que as lideranças se esforcem para evitar o isolamento de equipes e o boicote, muitas vezes involuntário, das atividades de gestão da inovação.

05. Imitar por imitar

A estratégia imitativa é bastante adotada para promover a inovação. O melhor exemplo ainda é o da Samsung em relação à Apple no desenvolvimento e comercialização de smartphones. Mas ela implica em permitir o pioneirismo da concorrência, aprender com os erros dela e buscar superá-la.

Imitar por imitar com medo de ficar para trás vai sempre deixar a empresa “comendo poeira”. O seu concorrente passou a usar uma plataforma inovadora? Entenda como ele implantou a solução, busque identificar os eventuais problemas, aprenda sobre o caso e pense em algo melhor.

Apenas investir em uma plataforma idêntica, ou mesmo em uma mais sofisticada, tende muito mais a levar o seu negócio a cometer os mesmos erros do que superar a empresa rival.

06. Não valorizar as pessoas e especialidades

Muito da cultura que impede a transformação decorre da formação que recebemos. É natural, por exemplo, que um analista de sistemas seja altamente concentrado em desenvolvimento de produto, especialmente logo depois de formado. Afinal, ele passou alguns anos estudando exatamente sobre isso.

Por isso, é preciso investir na capacitação das pessoas em habilidades essenciais que, eventualmente, elas não possuam. Além disso, a Transformação Digital é um processo multidisciplinar. Você precisa de uma equipe que agregue todos os conhecimentos necessários trabalhando em sinergia.

07. Se considerar inventor

Invenção e inovação são coisas diferentes. Muitas invenções legais estão no museu e outras nunca foram escaladas no mercado. O desafio está justamente em obter sucesso em colocar um novo produto ou serviço para o consumidor.

A capacidade de criar soluções realmente necessárias e de se comunicar com o público certo são fundamentais no processo.

08. Ter aversão ao erro

Se você fizer tudo corretamente, é fato que vai errar! Parece uma frase contraditória, mas uma inovação é algo que ainda não foi testado. Você não tem um histórico que possa ser usado para previsões mais precisas e outras medidas para evitar o risco.

Ele é inerente à atividade de empreender, quanto mais no processo de mudança. Por isso, a intolerância ao erro é uma das maiores barreiras à inovação.

09. Acreditar que tem muito tempo para a transformação

Muitas empresas consideram suficiente dedicar o tempo ocioso para a inovação – como se ele existisse. Essa não é uma atividade simples e, por isso, exige dedicação. Tratar a Transformação Digital como uma atividade paralela é um dos erros mais nocivos ao processo. 

Ou a inovação se transforma em uma prioridade ou ela dificilmente será real. É preciso compreender que a Transformação Digital não é uma opção disponível para empresas vanguardistas, mas uma necessidade de sobrevivência de qualquer negócio.

 

Fonte: transformacaodigital.com.br

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